Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2025.
A Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR) vem a público esclarecer informações apresentadas na recente matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, que abordou a mineração de urânio em Caetité, na Bahia. Como entidade dedicada à segurança radiológica, reforçamos a importância de que o debate sobre o tema seja pautado por informações técnicas precisas e embasadas na ciência.
1. Falta de Equilíbrio na Reportagem
Causa estranhamento que a reportagem não tenha ouvido a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão regulador e referência técnica no Brasil para questões relacionadas à radiação e segurança nuclear. Considerando que a própria entrevista com o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, ocorreu nas instalações da CNEN, a ausência de uma posição oficial desse órgão na matéria indica a falta de um contraponto essencial.
A CNEN possui especialistas capacitados para esclarecer qualquer dúvida sobre segurança radiológica, impacto ambiental e medidas de mitigação, sendo a principal autoridade nacional sobre o tema. Ignorar sua participação compromete a imparcialidade da reportagem e deixa de oferecer ao público uma visão equilibrada sobre a mineração de urânio no Brasil.
2. Segurança e Controle Regulatório
A INB - Indústrias Nucleares do Brasil segue protocolos de segurança, estabelecidos por normativas nacionais e internacionais, garantindo que todas as operações sejam conduzidas com responsabilidade e controle ambiental. Monitoramentos constantes são realizados para assegurar que não haja riscos à população ou ao meio ambiente, e eventuais não conformidades são prontamente identificadas e corrigidas.
3. Diálogo Aberto e Esclarecimentos Técnicos.
A SBPR reforça seu compromisso com a transparência e a informação qualificada e acredita que um novo debate, desta vez incluindo a CNEN, trará os esclarecimentos necessários para desmistificar temores infundados e permitir que a população tenha acesso a dados técnicos corretos, como por exemplo a inexistência de estudos que comprovem a relação entre o câncer e a radioatividade natural.
Estamos à disposição para contribuir com informações baseadas em ciência e segurança radiológica, e incentivamos a imprensa a buscar especialistas capacitados antes de divulgar matérias alarmistas que possam gerar desinformação.
Josilto Oliveira de Aquino,
PhD Presidente Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica - SBPR