A cultura de segurança nas instalações nucleares e radiativas é um tema atual e objeto de discussão de diferentes grupos de trabalho, como por exemplo na IRPA (em âmbito mundial), na REPROLAM e Foro Iberamericano de Organismos Reguladores (em âmbito regional). Fato é que apesar de conhecer e reconhecer a importância do tema, não é tarefa fácil para uma organização implementar e sustentar internamente o discurso da "segurança como prioridade". Isso porque, para além dos discursos e dos conceitos teóricos, a cultura de segurança envolve necessariamente mudanças de atitudes e valores no âmbito da organização, a começar pela visão geral, ou seja, a forma que os indivíduos, em suas diversas funções e hierarquias, percebem e priorizam a segurança ocupacional.
Há que se considerar que a cultura de segurança não se restringe à proteção e segurança dos indivíduos do público ou do meio ambiente, mas também considera as melhores práticas para reduzir ou minimizar os riscos ocupacionais, contemplando todo o efetivo da instalação. Um processo complexo, cuja implementação envolve conceitos, metodologias e diretrizes específicas que, no mais das vezes promovem mudanças significativas da cultura organizacional. A mudança cultural é um processo lento e progressivo, cujo sucesso depende necessariamente de: (i) comprometimento individual e coletivo dos líderes e trabalhadores e (ii) mudanças alinhadas com os padrões de cada instituição, em sua singularidade, considerando os diferentes grupos e as diferentes áreas de atuação.
O tema é palco de discussão em importantes congressos neste ano de 2022, como IRPA regional e RADIO 2022. Quer saber mais a respeito? O CDTN acaba de lançar um curso EAD, certificado, gratuito e aberto à comunidade. Um EAD inteiramente focado na Cultura de Segurança nas organizações, instalações e atividades com fontes de radiação ionizante. Aprenda mais, compartilhe novos conhecimentos em sua instituição, participe das discussões nos congressos. Seja você também um multiplicador da informação.
Para saber mais:
Cultura de seguridad em REPROLAM
Cultura de seguridad FORO Iberamericano de Organismos Reguladores Radiológicos y Nucleares
Curso EAD na Plataforma Moodle do CDTN - Cultura de segurança nas organizações, instalações e atividades com fontes de radiação inonizante
Sob a temática "Protección Radiológica: Adaptándonos a nuevos escenarios", o XII IRPA regional acontecerá de 23 a 27 de outubro de 2022 na cidade de Santiago, no Chile. O período para envio de resumos se iniciou em 01 de janeiro e tem como data limite 30 de abril de 2022. O congresso abarca uma vasta gama de temas, divididos em 4 eixos temáticos.
Interessado? Prepare o seu resumo. A organização anuncia que haverá premiação para melhor trabalho de jovens profissionais, melhor trabalho, melhor trabalho +35 e melhor pôster. Informações sobre programação científica, inscrições e cursos no website do evento.
A nossa Newsletter traz mensalmente entrevistas nas diferentes áreas de interesse para os radioprotecionistas. Este mês entrevistamos Dr. Josilto de Aquino, presidente da SBPR.
DENISE LEVY: A SBPR promove este ano a RADIO 2022, um dos maiores eventos de proteção radiológicas realizados no Brasil. Mas a SBPR tem uma longa história de promoção de eventos científicos. Qual o propósito da SBPR na promoção de eventos científicos e qual a importância para a comunidade?
JOSILTO DE AQUINO: A SBPR é uma sociedade de caráter científico e cultural sem fins lucrativos que promove a cooperação profissional e condições de desenvolvimento para o progresso científico. A Sociedade estimula a pesquisa e ações educacionais, prmove a divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos sobre Proteção Radiológica e promove publicações científicas, entre outras ações. Este é um compromisso assegurado textualmente no estatuto da entidade, em seu artigo 35:
"Art. 35º - A SBPR promoverá, no mínimo uma vez por ano, conferências científicas ou reuniões de caráter científico-social."
Assim, a SBPR tem uma longa história de eventos inovadores e de sucesso, tanto em âmbito nacional como internacional. O IX Congresso Regional Latino Americano IRPA, que aconteceu no Rio de Janeiro em abril de 2013, contou com 716 participantes de 21 países, dentre os quais, muitos colegas argentinos. Tive a oportunidade de presidir o IRPA Regional em 2013 no Rio de Janeiro, durante a gestão do presidente Alfredo Lopes Ferreira Filho. Foi o maior IRPA regional até a presente data, que contou com 716 participantes de 21 países, evidenciando a organização desse evento de grande importância para todos os profissionais que atuam nas áreas relacionadas à proteção radiológica. Na atual gestão, mesmo em meio a um contexto de pandemia e isolamento social, a SBPR cumpriu seu compromisso, com a realização do Seminário sobre Irradiação de Alimentos - Tecnologia e inovação na mesa dos brasileiros, um evento virtual, realizado em 2021, que contou com mais de 1400 participantes, um número consideravelmente grande, demonstrando mais uma vez que a SBPR cumpre com maestria sua função científica e social. Este ano a SBPR promove a International Joint Conference RADIO 2022 na modalidade presencial.
DENISE LEVY: Quando e por que foi criada a iniciativa da INTERNATIONAL JOINT CONFERENCE RADIO?
JOSILTO DE AQUINO: Em 2005 na gestão de Helen Khoury foi realizada a primeira edição da Conferência Conjunta, em cooperação com a ABENDI. A Conferência foi presidida por José Marcus de Oliveira Godoy e reuniu dois eventos: IV Congresso Internacional de Radioproteção Industrial e I Congresso Brasileiro de Proteção Radiológica. A segunda edição do evento aconteceu no ano de 2011, em Recife. A esse evento, além dos dois congressos anteriores, somou-se o II Congresso de Proteção Contra as Radiações dos Países de Língua Portuguesa, com a parceria da Sociedade Portuguesa de Proteção Contra Radiações (SPPCR). Em 2014 o evento aconteceu em Gramado, Rio Grande do Sul. Sob o tema "A tecnologia transformando o futuro: segurança e qualidade na aplicação das radiações". Nesse ano além da ABENDI e SPPCR, a organização do evento contou também com a FRALC (Federación de Radioprotección de América Latina y el Caribe). A RADIO 2017 teve uma conotação bastante especial. A escolha do tema e da cidade iniciou-se ainda na gestão de Godoy, durante a qual foram iniciados os preparativos para o evento em Goiânia, sob a temática: "Goiânia: 30 anos depois". É claro que as edições da RADIO não são os únicos eventos organizados pela SBPR, mas são, com certeza as mais emblemáticas, caracterizadas pela quantidade e qualidade de produções científicas e inovações para um grande público bastante diversificado ligado à proteção radiológica.
DENISE LEVY: Quais as expectativas para a RADIO 2022?
DENISE LEVY: Como eu mencionei, já há mais de uma década a RADIO é um dos maiores eventos de proteção radiológica realizados no Brasil. Acredito que após um longo período de isolamento e encontros virtuais, esse evento presencial é esperado e necessário, como lugar de encontro, relacionamentos, estabelecimento de novas parcerias, compartilhamento de experiências, apresentação de temas inovadores e consolidação de pesquisas. É necessário também aproximar nosso público das empresas prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos. O encontro presencial favorece esse contato. Temos até este momento muitas empresas que já reservaram seus espaços, como Jabarra, MRA, Marques&Cia, Radioscan, Arctest e Brasil Inspect. A programação científica este ano está também bem ampla e abrangente, contando com dezenas de áreas temáticas para os profissionais da proteção radiológica na medicina, indústria e pesquisa e temas em consonância com tendências mundiais como a valorização da mulher na área nuclear e a cultura de segurança. A RADIO 2022 promete ser um sucesso, reunindo 4 eventos e contando com a parceria da SPPCR, ABENDI, REPROLAM e WIN-Brasil. Um dos eventos mais esperados pela comunidade radioprotecionista e um dos primeiros a ser anunciado neste ano de 2022 na modalidade presencial. Certamente será um sucesso!
Josilto de Aquino é Doutor em Engenharia Nuclear, Mestre em Radioproteção e Dosimetria, Especialista em Segurança Radiológica e Nuclear. Presidente da SBPR, Membro do Comitê de Radioproteção e Segurança - CORSEG/ABENDI e Perito da Agência Internacional de Energia Atômica. Servidor da CNEN na Divisão de Aplicações Industriais, atuando no licenciamento, fiscalização, proteção e segurança radiológica de instalações radiativas.
Fundada em 1986, a Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica é uma entidade técnico-científica sem fins lucrativos, filiada a International Radiation Protection Association (IRPA) e a Federación de Radioprotección de América Latina y el Caribe (FRALC). Sua missão:
Conforme estabelecido em assembleia de 08/12/20, a anuidade da SBPR tem redução de 25% para o ano de 2021. A nova diretoria da SBPR propôs uma redução expressiva no valor da cota associativa uma vez que em 2020 a mesma havia sofrido um reajuste de 100% em relação ao ano anterior (valor para associados efetivos: R$60,00 em 2019 e R$120,00 em 2020). Na referida assembleia, o presidente da SBPR, Dr. Josilto de Aquino explica aos presentes que:
Após deliberação em assembleia, fica instituída a anuidade de R$90,00 para sócios efetivos e R$45,00 para técnicos e estudantes.
Salientamos que a manutenção da SBPR é garantida pelas contribuições dos associados através do pagamento de anuidades e pela dedicação dos membros no fortalecimento da proteção radiológica no país.
Para renovar sua inscrição, clique em: https://www.sbpr.org.br/conteudo.php?p=renove
Se você deseja se associar, clique em: https://www.sbpr.org.br/conteudo.php?p=associe
O presidente da SBPR, Josilto de Aquino, agradece a todos que contribuíram para a elaboração desta newsletter: Denise Levy, Alfredo Lopes Ferreira Filho, Nivaldo Carlos da Silva e João Carlos Videira José (Catalão).