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Newsletter SBPR - Abril de 2022

Atualidades

Brasil integra nova diretoria da Federación de Radioprotección de América Latina y el Caribe - FRALC

Em assembleia geral realizada em 28 de abril de 2022 foi eleita a nova diretoria da FRALC. A Assembleia contou com a presença de 14, dentre as 17 sociedades que integram a Federação, que elegeram para o período de 2022 a 2024: Eduardo Medina Gironzini (Peru) para presidente, David Lea (Venezuela) para vice-presidente, Miguel Olalla (Equador) para secretário e Danila Dias (Brasil) e Vivian Pereyra (Bolivia) para o conselho. 

Fundada em 26 de novembro de 1993, na cidade de Zacatecas (México), a Federação de Radioproteção da América Latina e do Caribe (FRALC) é composta por 17 sociedades nacionais, incluindo a Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR). Cabe destacar que a SBPR foi uma das sociedades que participou da fundação da entidade. A Federação tem por meta integrar esforços e promover a troca de conhecimentos e experiências entre os profissionais da proteção radiológica em nível regional. Visando promover o fortalecimento das sociedades, a FRALC incentiva o trabalho das sociedades de proteção radiológica dos diferentes países, além de empreender esforços para a formação de sociedades nos países da região que ainda não as organizaram, incentivando sua filiação à International Radiation Protection Association (IRPA). 

Estão dentre  os principais objetivos da FRALC:

  • promover o uso seguro da radiação, cultura de segurança e proteção radiológica em todos os seus aspectos,
  • promover o estabelecimento de sociedades/associações de Proteção Radiológica na América Latina e no Caribe,
  • promover o intercâmbio e a divulgação de informações técnicas e científicas entre as sociedades-membros,
  • promover a cooperação e a assistência mútua no estudo, pesquisa e uso de recursos para o desenvolvimento da proteção radiológica na América Latina e no Caribe,
  • promover a organização de conferências, simpósios e qualquer atividade que facilite a divulgação dos avanços e melhorias na proteção radiológica.

Até a presente data, integram a FRALC 17 sociedades nacionais: Sociedad Argentina de Radioproteccion; Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica; Sociedad Boliviana de Protección Radiológica; Sociedad Chilena de Proteccion Radiologica; Asociacion Colombiana de Proteccion Radiológica; Asociación Costarricense de Radioprotección; Sección de Protección Radiológica de la Sociedad Cubana de Física; Asociación Ecuatoriana de Radioprotección; Asociación Guatemalteca de Protección Radiológica; Sociedad Mexicana de Seguridad Radiologica; Asociación Mexicana de Radioprotección; Asociación Panameña de Protección Radiológica; Sociedad Paraguaya de Protección Radiológica; Sociedad Peruana de Radioproteccion; Sociedad Dominicana de Protección Radiológica; Sociedad Uruguaya de Radioproteccion; e Sociedad Venezolana de Proteccion Radiologica.

A SBPR se orgulha por, uma vez mais, integrar a diretoria da FRALC, visando colaborar para o fortalecimento da radioproteção e a cooperação entre os países da região. 

 

Eventos

RADIO 2022 - Diversas razões pelas quais você precisa participar desse evento!

O próximo evento promovido pela SBPR já tem data e local marcados. A International Joint Conference RADIO 2022 acontecerá entre 15 e 19 de agosto na cidade de Poços de Caldas, Minas Gerais. O evento reunirá profissionais, técnicos e estudantes, constituindo-se como um fórum interdisciplinar para a disseminação do conhecimento técnico e científico, discussão de temas polêmicos e atuais, divulgação de pesquisas e efetiva troca de experiências entre profissionais de diferentes áreas de atuação.  

A SBPR trabalha todas as etapas da organização deste grande evento, a começar pela necessidade de atualização profissional. Vivemos hoje a cultura da inovação e o profissional do futuro deve investir na constante capacitação, desenvolvendo competências e habiliades para se destacar no mercado e alavancar sua carreira. Os cursos oferecidos durante a RADIO serão propostos considerando os interesses de um público diverso, como profissionais da indústria, supervisores de radioproteção, profissionais da área médica e pesquisadores.  

Também para a programação científica, o comitê organizador do evento empreende esforços para contemplar temas pertencentes às diferentes áreas de atuação, incluindo novidades na área nuclear, indústria, medicina e comunicação. O evento contará com conferências conjuntas de interesse geral, assim como salas simultâneas com temáticas específicas. Temas inovadores e de impacto no âmbito da proteção radiológica serão discutidos e apresentados por meio de conferências com especialistas nacionais e internacionais, palestras técnicas, mesas redondas e apresentações de pesquisas nas modalidades oral e pôster.

O comitê científico convida à submissão de Resumos Expandidos até 14 de junho, ressaltando que os trabalhos aprovados para a RADIO 2022 poderão, em um segundo momento, serem adequados às normas do Brazilian Journal of Radiation Sciences (BJRS) e submetidos à nova avaliação para publicação neste prestigioso periódico, que publicará um número especial dedicado ao evento. As áreas temáticas abarcam também uma pluralidade de temas de interesse, incluindo: radiação natural e NORM; efeitos biológicos; tecnologias em radioproteção; proteção radiológica dos pacientes, trabalhadores, membros do público e do meio ambiente; cultura de segurança; emergências radiológicas e nucleares; gestão de rejeitos; instrumentação nuclear e dosimetria; salvaguardas e segurança de material radioativo. As áreas temáticas abrangem ainda novos desafios em proteção radiológica, incluindo comunicação com a sociedade; direito, recomendações e regulamentos; educação e capacitação; gestão do conhecimento; equidade de gênero; e radiações não-ionizantes.

A programação social é também contemplada na organização, pois a SBPR reconhece que eventos presenciais são oportunidades de interagir com outros participantes, fortalecer laços e estabelecer novas parcerias. Assim, estão previstos no evento coquetel de abertura, coffee breaks e almoços já incluídos no preço da inscrição. Para além da programação social do evento, o participante terá a poucos  passos o turismo de lazer, na bela cidade de Poços de Caldas. Isso porque a RADIO 2022 acontecerá no Palace Casino, um edifício histórico no centro de Poços de Caldas, com fácil acesso aos principais passeios turísticos. Confira no website do evento as principais rotas de acesso à cidade. Faça sua inscrição antecipada com valores reduzidos. Nos vemos na RADIO 2022!

Entrevista

Informação científica para ampliar o horizonte dos jovens e futuras escolhas profissionais

A nossa Newsletter traz mensalmente entrevistas nas diferentes áreas de interesse para os radioprotecionistas. Este mês entrevistamos Wilson Seraine, membro da diretoria da SBPR, Secretário Regional de Teresina (PI).

DENISE LEVY: Diante de seu destacado percurso na educação junto a jovens técnicos e universitários, qual é, a seu ver, a principal lacuna dos jovens que terminam o Ensino Médio em relação aos conhecimentos básicos de tecnologia nuclear e proteção radiológica? 

WILSON SERAINE: Bem, primeira coisa e o maior problema, a formação dos professores. Isso é fundamental: a melhoria na formação dos professores de física. Eu me formei em física na UFP e fui professor no Curso de Licenciatura em Física no IFPI. Nenhuma disciplina tinha no seu ementário algo sobre as radiações ionizantes. Nenhuma disciplina para discutir a questão energética nuclear. Então, como esse cidadão (professor egresso) vai passar as informações para o ensino médio, para o seu educando? Nunca vai passar, porque não sabe de nada, não tem formação e informação. Então, o ensino médio na questão das radiações, é resumido, simplesmente, à química da radioatividade, basicamente decaimento radioativo e com erros básicos. Enfim, nesse primeiro questionamento a maior lacuna que o jovem do ensino médio tem com relação ao conhecimento,  é exatamente a questão da formação dos professores. É uma questão fundamental, a reformulação curricular no curso de física, tanto licenciatura quanto bacharelado para ter minimamente informações aos professores sobre a questão das radiações ionizantes, a questão da tecnologia nuclear e a proteção radiológica.

DENISE LEVY: Enquanto educador você aposta na interdisciplinaridade para levar o conhecimento aos alunos do Ensino Básico, com auxílio da cultura regional nordestina, notadamente a chamada Literatura de Cordel. Como essa abordagem pode auxiliar o ensino da ciência, em especial da radioatividade, aproximando os jovens estudantes do conhecimento científico?

WILSON SERAINE: A literatura de cordel foi a base da nossa dissertação de mestrado: "A literatura de cordel como texto auxiliar no ensino fundamental". Notadamente no ensino de ciências. Por que o cordel?  Ele tem uma coisa bem diferente da maioria das formas de literatura: a rima. Esta facilita o aprendizado, facilita a memorização. O cordel, diferentemente do que muitos pensam, não fala só sobre vaqueiros, sobre a questão da seca, sobre as questões do Nordeste como foi pintado por muitos para o mundo do sul e sudeste do país. O cordel versa sobre todos os temas e sobre todas as questões da sociedade, em especial sobre as ciências. Temos um novo livro, filho da pandemia chamado “A Radioatividade em Literatura de Cordel”, que teve origem num artigo que publicamos na RADIO 2019. Ampliamos o artigo e discutimos cinco cordéis. Fizemos uma análise não muito detalhada, esse detalhamento fica a cargo do professor, acerca do que os poetas escreveram, e passar isso para os estudantes. Já discutimos isso aqui no Instituto, em turmas passadas. Colocamos versos e pedimos a opinião dos alunos, foi quase unanimidade ver como é que o poeta popular, que é o reflexo da população, vê a energia nuclear e as radiações. Ele vê a energia nuclear com maus olhos. Então nós professores temos que mostrar, não somente através da literatura de cordel, mas de todas as formas e mecanismos que a instrumentalização pedagógica nos permite, que a energia nuclear tem mais benefícios do que malefícios. A maioria dos estudantes não sabe. Então a gente pode usar artifícios como a literatura de cordel, pra suscitar a discussão entre os bens e os males causados pela radiação. A gente vê que eles (os estudantes) se interessam mais, ficam com mais vontade de aprender sobre esse tema, um tema tão palpitante, tão agradável de estudar, quando apresentado de forma adequada.

DENISE LEVY: Ainda em relação à comunicação da tecnologia nuclear para suscitar o interesse de jovens estudantes. Você implementou um memorial no IFPI sobre ciências nucleares e radiológicas. O que o instituto apresenta em seu acervo para aproximar radioproteção e jovens estudantes? Como ações como esta podem colaborar para ampliar o horizonte dos jovens e suas futuras escolhas profissionais?

WILSON SERAINE: Bem, a gente não implementou ainda.  Estamos juntando o que podemos de materiais, detectores antigos e novos, doações do IPEN, simulador de gamagrafia industrial, detectores de fumaça, mostradores de relógio, material de radioterapia, medicina nuclear... Tudo isso a gente está juntando para mostrar aos jovens a grandiosidade que são as ciências radiológicas e nucleares. Nossa intenção é montar um espaço para colocar esse material. O nosso intuito é convidar os jovens do ensino médio, para que venham ao instituto conhecer - monitorados por mim ou por outros professores - as diversas aplicações  das ciências radiológicas e nucleares. Fazendo com que se consiga aumentar o interesse para com nosso curso de radiologia. Quando assumimos a coordenação há três anos, nosso curso era basicamente somente na área de saúde. Entamos com o intuito de mostrar mais sobre a questão da área industrial. Para tanto, fazemos visitas a Scaners, à fábrica da AMBEV, para vermos diversos medidores nucleares, trazendo pessoas de fora (presencialmente ou virtualmente), do Rio de Janeiro preponderantemente pra dar palestras, que são SPR de várias áreas. Então, com esse trabalho do memorial, do pequeno museu, das visitas técnicas, visamos dar mais vida às ciências radiológicas aqui em Teresina no Piauí.

Wilson Seraine é graduado em Física, com especialização em Proteção Radiológica em Aplicações Médicas, Industriais e Nucleares. É mestre em Ensino de Ciências e Matemática URCA/RS, Doutorando em Engenharia Nuclear COPPE/UFRJ. Professor de física no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) e coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia (ENADE 4). É autor de 14 livros nos segmentos de educação e cultura, integra diversas academias e conselhos regionais e nacionais nas áreas de ciências, artes e letras. É Conselheiro Efetivo do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Piauí, membro vitalício da Academia de Ciências do Piauí e apresenta o programa semanal "A Hora do Rei do Baião" na FM Cultura de Teresina do Piauí.

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Uma entidade técnico-científica para os radioprotecionistas

Fundada em 1986, a Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica é uma entidade técnico-científica sem fins lucrativos, filiada a International Radiation Protection Association  (IRPA) e a Federación de Radioprotección de América Latina y el Caribe (FRALC). Sua missão:      

  • Promover o intercâmbio de conhecimentos na área de proteção radiológica e temas afins.
  • Promover a difusão dos critérios de radioproteção no que se refere ao emprego de fontes de radiações ionizantes nas diversas áreas.
  • Promover a difusão de todos os aspectos da proteção radiológica, da segurança nuclear e dos critérios de normatização, não somente no meio científico, técnico e acadêmico, como também na sociedade em geral. 

Conforme estabelecido em assembleia de 08/12/20, a anuidade da SBPR tem redução de 25% para o ano de 2021. A nova  diretoria da SBPR propôs uma redução expressiva no valor da cota associativa uma vez que em 2020 a mesma havia sofrido um reajuste de 100% em relação ao ano anterior (valor para associados efetivos: R$60,00 em 2019 e R$120,00 em 2020). Na referida assembleia, o presidente da SBPR, Dr. Josilto de Aquino explica aos presentes que:

  • Um valor menor de arrecadação seria suficiente para as necessidades financeiras da Sociedade.
  • A SBPR deve visar ações inclusivas para incentivar novos associados, assim como a permanência dos associados ao longo dos anos.

Após deliberação em assembleia, fica instituída a anuidade de R$90,00 para sócios efetivos e R$45,00 para técnicos e estudantes.

Salientamos que a manutenção da SBPR é garantida pelas contribuições dos associados através do pagamento de anuidades e pela dedicação dos membros no fortalecimento da proteção radiológica no país. 

Para renovar sua inscrição, clique em: https://www.sbpr.org.br/conteudo.php?p=renove
Se você deseja se associar, clique em: https://www.sbpr.org.br/conteudo.php?p=associe

O presidente da SBPR, Josilto de Aquino, agradece a todos que contribuíram para a elaboração desta newsletter: Denise Levy, Alfredo Lopes Ferreira Filho, Nivaldo Carlos da Silva e João Carlos Videira José (Catalão).

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